quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

O Natal Subversivo...


Pastor Gunter Wolff, da IELCB – Palmitos - SC

O Natal é subversivo porque mostra que Deus se fez pessoa na classe camponesa palestina explorada e oprimida tanto pela elite israelense, que legitimava sua exploração pela religião do Templo de Jerusalém, como pelo Império Romano com seu Modo de Produção Escravista que precisava da guerra para sobreviver, como o capitalismo imperialista dos USA hoje.

O Natal subverte a religião opressora (tanto a do Templo de Jerusalém como aquela parte majoritária da Igreja Cristã aliada ao capitalismo) em Evangelho libertador encarnado na fraqueza de uma criança camponesa palestina sem terra migrante, como hoje as do Sudão do Sul ou do Congo que não podem ir à escola porque tem que minerar o coltan tão precioso para os nossos "imprescindíveis" celulares.

O Natal é subversivo porque nos lembra que neste Natal milhares de refugiados nos campos de refugiados na África, na Ásia e na América Latina (haitianos no Peru e no Acre que procuram um visto de entrada para o Brasil) não terão ceia de natal porque já não tem ceia há dias.

O Natal subverte o conceito de poder em que o poder da fraqueza (2 Co 12.9-10) - a criança camponesa na manjedoura e a cruz de Cristo - vencem o poder da força concretizada no censo imperialista romano (Lc 2.1-7) que se fundava na cobrança de impostos pela ocupação das tropas romanas e legitimado pela religião do Templo de Jerusalém.

O Natal nos mostra que a Religião (teologia do Templo de Jerusalém e assemelhadas de hoje) acabou de acabar com a vinda do Evangelho de Jesus Cristo encarnado na classe camponesa palestina. Por que ainda insistir na Religião, que tem a função de legitimar a exploração e a opressão de classe, se ela já foi vencida e superada pelo Evangelho de Jesus Cristo? O Natal mostra que se a Igreja não está com a classe subalterna ela não está do lado que Deus está, portanto virou Religião em vez de ser Evangelho, estando, assim, com o lado já suplantado por Deus na manjedoura da estrebaria fora de Belém. O Natal é, assim, subversivo para a própria Igreja, pois revela de que lado ela está, com a família camponesa sem terra, Maria, José, Jesus e seus irmãos e irmãs, ou se está com o latifúndio que produz as famílias sem terra ainda hoje e fornece os bois para serem sacrificados para as festas da Igreja para poder assim determinar a teologia e a prática da Igreja.

O Natal é subversivo porque nos mostra a opção de classe de Deus na luta de classes que há na história: ele não optou pela classe economicamente dominante que controla os meios de produção e o aparato do Estado, pois foi vítima da ação do Estado Romano neste processo do censo até a cruz. Deus não se fez pessoa numa família israelita latifundiária, mas numa família camponesa sem terra marginalizada pela cidade que mostra o preconceito contra o camponês empobrecido. Até hoje se usa o termo "vilão" que é o morador da vila, o camponês, do tempo do feudalismo, mas no seu sentido mais pejorativo como malfeitor. Aqui no sul do Brasil se falava do camponês como o "colono grosso". E por outro lado temos os "gentlemen", a pessoa de bem (gente boa), que eram os conquistadores ingleses que massacravam as populações nativas com seus exércitos de ocupação. O Natal denuncia a desumanidade e a violência do Estado imperialista de ontem e de hoje, pois obrigou uma mulher grávida de 9 meses a caminhar 120 km para satisfazer a sanha exploratória da classe dominante. Por isso o Apocalipse antecipa a festa futura exclamando liturgicamente: "Caiu! Caiu a grande Babilônia e se tornou morada de demônios, covil de toda espécie de espírito imundo e esconderijo de todo gênero de ave imunda e detestável, pois todas as nações têm bebido do vinho do furor da sua prostituição. Com ela se prostituíram os reis da terra. Também os mercadores da terra se enriqueceram à custa da sua luxúria" (Ap 18.2-3). No Natal já festejamos antecipadamente a queda da sociedade de classes, esta queda virá, com toda a certeza que os profetas e profetisas do AT nos dão e os de hoje (Marx, Engels, Rosa Luxemburgo) também.

O Natal é subversivo porque põe em cheque, pelo poder da fraqueza de Deus a partir da manjedoura e da cruz, o poder das 147 grandes corporações de nosso Planeta, das quais 75% são grupos financeiros, que controlam 40% da riqueza de toda a nossa sociedade planetária.

O Natal é subversivo porque na luta de classes da sociedade de então, entre senhores de escravos romanos e latifundiários israelitas contra a classe camponesa, Deus se fez classe camponesa em Jesus de Nazaré subvertendo a normalidade e a ordem estabelecida pela classe economicamente dominante. Agora o Deus camponês sem terra e sem teto Jesus Cristo continua a subversão contra o Modo de Produção Escravista, segundo Lc 4.18-19, começada por Javé no AT contra o Modo de Produção Tributário e a Igreja hoje tem a tarefa de lutar contra o Modo de Produção Capitalista. Será que Deus é contra tudo e contra todos? Não, ele apenas é contra qualquer modo de produção construído em cima de classes sociais antagônicas e a luta de classes daí decorrente. Deus para acabar com a sociedade de classes e a luta de classes daí decorrente se fez pessoa na classe camponesa explorada para a partir do poder da fraqueza e da cruz (1 Co 1.18-19; 2 Co 12.9-10) destruir todo o poder construído a partir da exploração e da opressão (1 Co 15.24-26).

O Natal é subversivo porque Deus se torna em Jesus Cristo um marginal (nasceu à margem da cidade de Belém e viveu à margem da sociedade entre os empobrecidos, vítimas do sistema econômico, religioso e cultural vigente), para a partir dos marginais (dos que foram colocados à margem da sociedade pelo sistema econômico opressor vigente: camponeses, pastores, doentes, mulheres, crianças, empobrecidos, estrangeiros, sem terra) começar a construir uma nova sociedade que será igualitária e sem classes sociais.

O Natal é subversivo porque ele denuncia que os marginais de hoje, os que foram marginalizados pelo capitalismo, não encontram espaço na Igreja, denominada de Jesus Cristo, para se organizar nela e a partir dela contra o sistema deste mundo (hoje o capitalismo) que Jesus Cristo venceu na Páscoa. A Igreja não permite, na prática comunitária, que se lute a partir dela contra o mundo já vencido por Jesus Cristo na Páscoa e com isto fortalece o mundo já vencido, mas ainda não totalmente derrotado (Ap 12.7-17). Desta forma a Igreja se torna inimiga de seu próprio Senhor, Jesus Cristo, e de si mesma, pois pela sua essência evangélica a Igreja é subversiva e insurgente.

O Natal subversivo mostra a alegria de Deus em anunciar pelos anjos aos camponeses pastores a utopia de Deus presente na manjedoura e no menino camponês sem terra e sem teto que nasce no processo migratório forçado pelo imperialismo romano na periferia da cidade, pior, excluído pela cidade, que é o símbolo do poder da classe economicamente dominante no modo de produção tributário, conforme Gn 11 e Js 6-8.

O Natal subversivo mostra que o amor de Deus aos pobres vence o ódio da ocupação militar romana e hoje a ocupação militar e econômico-cultural estadunidense.

O Natal subversivo anuncia que os de fora, os magos estrangeiros (hoje os migrantes, estrangeiros, indígenas, sem terra, camponeses, trabalhadores assalariados, escravos e ambientalistas), conseguem ver e sonhar com um novo futuro e o buscam. Enquanto isso, nós da Igreja, que achamos que temos o Evangelho de Jesus Cristo, de fato não o temos, porque não buscamos a utopia do Reino de Deus, que propõe uma nova sociedade sem classes sociais, igualitária, sem Estado e onde os meios de produção estão sob o controle de toda a sociedade.

O Natal é subversivo porque alimenta a utopia da paz numa nova sociedade igualitária que brota da fraqueza da classe explorada a partir do Deus tornado classe camponesa. O Natal é subversivo porque propõe a paz (Lc 2.14) para todos numa sociedade de classes marcada pelo ódio de classe que necessita da guerra para se manter e se viabilizar economicamente.

O Natal é subversivo porque aponta a partir da estrebaria e da manjedoura para aqueles que hoje são invisíveis (pois Jesus Cristo também é invisível nos relatos dos historiadores oficiais israelitas e romanos porque estes tornam apenas a eles mesmos como únicos protagonistas visíveis da história) porque a TV não os mostra (e, portanto, não existem para a sociedade brasileira): as milhares de famílias de sem terra acampadas na beira da estrada porque não se quer fazer a Reforma Agrária; as milhares de famílias guaranis e de outras etnias acampadas à beira da estrada porque foram expulsas pelo latifúndio e pela política genocida do Estado brasileiro; as milhares de famílias desempregadas que não constam nas estatísticas do "pleno emprego" do governo e que não terão ceia de natal este ano; as famílias dos sem terra, sindicalistas, indígenas e ambientalistas que tiveram alguém assassinado nestes últimos anos no processo de resistência na terra; as famílias dos 514 mil presos nas masmorras medievais imundas e desumanas brasileiras; as famílias dos 50 mil assassinados em 2011 e dos 45 mil mortos em acidentes de trânsito das quais a TV não vai lembrar neste Natal, portanto não existem. O Natal é subversivo porque torna o invisível visível a partir da invisibilidade da manjedoura na estrebaria na periferia de Belém que o Evangelho tornou gritantemente visível e real. O Deus invisível (o Deus absconditus) se torna visível onde ele não deveria se tornar visível, segundo a classe dominante que o quer controlar para legitimar o status quo, na marginalidade; esta é a subversão de Deus no Natal: mostrar que ele está visível na classe explorada e se torna classe camponesa explorada que resiste contra o sistema econômico escravocrata. E a boa notícia para nós hoje é que Deus continua nesta mesma opção de classe. Enquanto houver sociedade de classes Deus está com e na classe explorada. À esta opção de Deus a classe dominante responde com a cruz. Por isso a Bíblia é o único livro da humanidade escrita pelos tornados invisíveis pela classe dominante: os camponeses, que tornam sua luta pela terra visível e central na Bíblia do começo (Gn 1-4: luta pela terra pelos camponeses palestinos e contra a exploração do Modo de Produção Tributário babilônico e israelita) ao fim (Ap 21-22: novo céu e nova terra). Na própria confissão de fé do povo de Israel (Dt 6.20-23) está claro que o centro é a luta pela terra conduzida por Deus contra o Estado, que é um instrumento da classe economicamente dominante. Assim a história do Natal denuncia que o próprio Deus foi tornado camponês sem terra por causa da luta de classes da sociedade e que a luta do Êxodo continua e que o processo de libertação agora é maior do que apenas ser livre com a posse da terra numa nova sociedade sem classes, agora Deus quer algo muito maior, nos libertar da maior de todas as opressões que é a morte, depois de ter derrotado todo o poder terreno (1 Co 15.24-28).

O Natal é subversivo, principalmente, porque dá ao mundo e aos empobrecidos o pão da esperança (há esperança, nem tudo está perdido), que Jesus Cristo depois concretiza na Ceia do Senhor, símbolo de que a socialização dos meios para produzir o pão e o vinho é possível, pois já é possível partilhar os frutos antes da socialização dos meios de produção.

O Natal é subversivo porque alimenta a utopia de que outro mundo é possível, um mundo que Jesus Cristo chama de Reino de Deus: uma sociedade de irmãos e de irmãs, igualitária e pacífica, pois as classes sociais e a luta de classes já não mais existem, pois os meios de produção estão sob o controle de toda a sociedade, pois a propriedade privada dos meios de produção acabou.

O Natal é subversivo porque não propõe a continuação de uma sociedade de classes com o Estado a proteger a classe economicamente dominante, mas propõe uma nova sociedade construída a partir dos marginalizados que crêem em Javé, o Deus da classe camponesa (Êx 3.18: O Senhor, o Deus dos hebreus): camponeses pastores, magos e famílias migrantes por causa da dinâmica da opressão econômica e política dos Impérios de sempre, que podem mudar de nome, mas cuja prática é a mesma de sempre: guerra, exploração e opressão - seja Egito, Babilônia, Pérsia, Grécia, Roma, Portugal, Inglaterra ou USA.

O Natal é subversivo porque nesta data as pessoas sonham com o que não tem, mas que podem um dia vir a ter: paz, igualdade, justiça, vida digna, uma nova sociedade de irmãos e de irmãs.

O Natal é subversivo porque mostra que se o impossível é possível, Deus fazer a sua opção de classe numa pessoa camponesa sem terra e sem teto marginalizada chamada de Jesus de Nazaré, então também é possível fazer a Reforma Agrária, a reforma urbana, a revolução socialista...

O Natal é subversivo porque universalizou que o sonho de uma nova sociedade não se mata com balas de fuzil, nem com a tortura, nem com a ditadura e nem se aniquila com as botas dos militares ou do latifúndio (modernamente chamado de agronegócio) à serviço do capital internacional.

O Natal é subversivo porque ele mostra que as idéias e sonhos dos profetas e profetisas do AT não são meros sonhos, mas eles são possíveis, assim o que nos é passado como impossível, uma nova sociedade igualitária, aqui se torna possível.

O Natal mostra que as mentiras da exploração econômica e a opressão político-ideológica a nós impostos pelos exploradores da classe economicamente dominante dizendo haver chegado o fim da história caem por terra com a possibilidade da ação dos pequenos encarnados na pequena criança da manjedoura. Isto nos mostra que quem faz a história são os pequenos e que Deus está com estes nesta luta por uma nova sociedade de irmãos e de irmãs que Jesus Cristo chama de Reino de Deus. A Bíblia nos conta como Deus caminhou com os pequenos do Gênesis ao Apocalipse. O próprio conteúdo da Bíblia é a subversão permanente, pois mostra desde o primeiro ao último capítulo como Deus anda com os oprimidos no processo de acabar com a opressão. A Bíblia é o relato dos camponeses oprimidos pelos vários modos de produção em sua luta pela terra para poderem construir uma nova sociedade igualitária. É claro que aqui e ali há a mão de alguns da classe dominante para desvirtuar a verdade história da opção de Deus. Por isso temos que ter uma visão geral e global da Bíblia para podermos entender as partes.

O Natal é subversivo porque diz que o poder de Deus está com os pequenos e considerados fracos e sem poder.

O Natal é subversivo porque ele realimenta anualmente a esperança pela paz, pois não é a paz que o capitalismo quer, pois ele precisa do desemprego, das crises, da exploração e da guerra para se reproduzir.

O Natal é subversivo porque mostra que o sonho dos empobrecidos não permitido, ocultado e suprimido pode ser trazido pelos "de fora", no caso os magos, hoje pelos estrangeiros expulsos pelas guerras imperialistas, pelos desastres naturais gerados pelo aquecimento global ou pelos povos originariamente brasileiros marginalizados, escravizados, expulsos e assassinados secularmente pelo latifúndio (hoje generosamente denominado de agronegócio) que sonham buscando a "Terra sem Males".

O Natal é subversivo porque pelos magos estrangeiros ele nos traz a possibilidade da abertura da esperança de novas propostas que as culturas estrangeiras nos trazem e que embutem também os nossos sonhos por uma nova sociedade de iguais como os povos andinos que nos ensinam pelo Sumak Kawsay que somos parte integrante da natureza e não estamos acima dela; como os povos africanos com a esperança da prática do ubuntu que diz que “Eu sou porque nós somos”; como pelas lutas da classe trabalhadora internacional aprendemos que a utopia socialista é possível e necessária ou seremos extintos como humanidade; como pela utopia do povo guarani da Terra sem Males que busca a terra e a paz que agora não se tem.

O Natal hoje, no Brasil, seria num barraco indígena à beira de alguma estrada no Mato Grosso ou num barraco de sem terra ou num barraco de alguma favela à margem das grandes ou pequenas cidades brasileiras. Se queremos ver Deus e respirar a sua utopia por uma nova sociedade igualitária teremos que procurá-lo num destes lugares. Ele não estará neste Natal onde costumamos procurá-lo: nas grandes bonitas igrejas iluminadas e cheias de gente que sonha com o consumo incontrolável de novas mercadorias, mas não sonha com uma nova sociedade igualitária e sem classes sociais antagônicas em permanente luta; nem estará nas fartas ceias natalinas regadas à chopp ou champanhe; nem estará naquelas comunidades comandadas pela pequena burguesia e trabalhadores alienados pelo capital que fazem de tudo, durante o ano inteiro, para que não se acolha as vítimas do sistema econômico vigente (Mt 25.31-46) e para que não se deixe estas vítimas se organizar e nem se expressar na comunidade, mesmo sendo membros desta; nem, tampouco, estará nas sedes das fazendas do agronegócio que se vangloria de ser o salvador da pátria pela exportação de commodities envenenadas via concentração da terra, por ser campeão de uso de agrotóxicos e sementes transgênicas, pelo trabalho escravo, pelo assassinato de indígenas, ambientalistas e sem terra.

"E bem-aventurado é aquele que não achar em mim motivo de tropeço" (Lc 7.23), dirá este menino da manjedoura mais tarde em sua missão de organizar os marginalizados para com eles construir o Reino de Deus, que de qualquer forma, queira a burguesia ou não, já está no meio de nós (Lc 17.21).

Günter Adolf Wolff

quinta-feira, 15 de março de 2012

A ALEP E O DIREITO À PETIÇÃO



Aconteceu em Curitiba, capital paranaense, de 12 a 14 de março, a etapa estadual da 1ª CONSOCIAL (Conferência Nacional sobre Transparência e Controle Social), realizada por iniciativa da Advocacia Geral da União. Os trabalhos iniciaram ainda na noite do dia 12, com a presença de representantes de todas as associações de municípios do Paraná. Na solenidade de abertura do evento, entre outras autoridades, se fez presente o presidente da ALEP, deputado Valdir Rossoni, do PSDB de Curitiba/PR.

O presidente narrou com desenvoltura a ‘revolução’ ética que se instalou na Casa Leis do Estado desde que assumiu a sua presidência revelando, inclusive, que segundo matéria de determinado jornal do estado a ALEP seria agora, sob seu comando, exemplo de ética para as demais Assembléias Legislativas do país. Em seu discurso relatou que neste ano houve economia de 25% nos gastos da Casa, o que resultou na devolução de quase 100 milhões de reais aos cofres do Executivo sendo aplaudido por cerca de 40% dos quase 500 delegados presentes ao evento.

Esse foi o discurso... Agora, vamos a realidade!

O discurso demagógico do comandante da ALEP só convence os descuidados. Dizer que houve uma economia de 25% nos gastos com a devolução de quase 100 milhões de reais aos cofres públicos em 2011 nos revela que o orçamento da Casa chega perto de inimagináveis 300 milhões de reais. Algo em torno de 25 milhões de reais mensais para manter os 54 parlamentares que lá regozijam, por quatro anos, o seu sucesso eleitoral. Isso mesmo, caro leitor, você não está enganado: É quase meio milhão de reais mensais por cada deputado estadual o valor que o contribuinte paranaense desembolsa para sustentar o parlamento estadual.

Como se não bastasse a gastança confessada pelo próprio presidente da Casa o seu discurso de que a ALEP agora é ‘transparente’ é capaz de romper o tímpano de ouvintes mais críticos e conhecedores da realidade que opera o serviço público na Assembléia Legislativa paranaense.

Durante a conferencia sobre transparência e controle social, no dia 13 de março de 2012, estivemos na ALEP para protocolar um pedido de informações referente ao recebimento irregular de vencimentos por uma servidora comissionada da Casa.A própria servidora, de certo modo, reconheceu a irregularidade e anunciou a devolução do valor recebido a título de vencimentos por dois meses em razão de ter acumulado o cargo de acessora parlamentar e o cargo de vereadora na cidade Francisco Beltrão/PR.

Ocorre que o requerimento solicitando os comprovantes da devolução de valores anunciados pela servidora foi recusado ainda no setor de Protocolo. Um absurdo!

A servidora da assembleia responsável pelo recebimento e encaminhamento de documentos na Casa arvorou-se o direito de fazer as vezes da própria presidência analisando e julgando o mérito do pedido recusando-o e devolvendo o mesmo, alegando tratar-se de solicitação de informações de caráter particular (!), embora a Casa seja pública, a servidora também e o documento tenha sido endereçado ao Presidente da Casa, e não a ela! 

Diante da constatação de que não havia ‘vida inteligente’ suficiente na composição cerebral da servidora que a fizesse perceber a fragilidade e incongruência dos seus argumentos, nos dirigimos ao Gabinete do presidente, afinal o discurso da noite anterior no Centro de Convenções de Curitiba nos dava esperança de que um acesso de transparência pública avançava sobre a ALEP. Ledo engano.

No gabinete da presidência o mesmo comportamento antidemocrático e despótico. A assessoria do deputado Valdir Rossoni (PSDB) também recusou o protocolo do mesmo, alegando agora que o mesmo teria fins ‘políticos’. Negou-se assim, o direito à petição, inscrito na Constituição Federal, respeitado até mesmo nos negros tempos em que vivíamos sob o Estado de Exceção. 

O Paraná retrocede na questão da transparência. A prática continua cada vez mais longe do discurso e a ALEP cada vez mais é motivo de frustração e desânimo para os que trilham os espinhosos, mas honrados, caminhos da legalidade, da transparência pública e da ética.


terça-feira, 24 de janeiro de 2012

A História da Área do Massacre do Pinheirinho por Delegado Protógenes

do site Conversa Afiada

Protógenes informou que a área é de interesse da União, que pretendia, através do Ministério das Cidades, lhe dar destinação social.

Provavelmente, garantir a posse a cerca de dez mil pessoas que viviam ali, muitos há mais de 20 anos.

Protógenes conhecia a questão, desde que prendeu e algemou Naji Nahas, que foi para a cadeia na ilustre companhia de Daniel Dantas, que Protógenes chama de “banqueiro bandido”.

A posse daquela área tem origem num crime hediondo, uma chacina. Morava ali, num casarão, uma família alemã. Toda a família foi assassinada. Nunca se soube quem mandou matar.

Prenderam três menores, mas não os mandantes. O então governador de São Paulo, Paulo Egydio mandou desapropriar.

Parece esquisito, diz Protógenes, desaprioriar o que, de direito, era seu, pois não havia herdeiros na família alemã.

Aí, apareceu um “comprador” para área. O Estado de São Paulo vendeu. E o comprador do que pertencia ao Estado a “vendeu” a Naji Nahas. É uma área que deve valer, por baixo, uns R$ 200 milhões. Deu-se em seguida uma batalha judicial.

A Justiça Federal não permitiu que a PM de São Paulo devolvesse a “propriedade” a Naji Nahas. A Justiça de São Paulo entendeu que deveria devolver a Nahas o que Nahas diz que comprou. Houve um conflito de competência e foi arbitrado, num plantão, pelo presidente do STJ, Ministro Pargendler.

Logo, a União pode recorrer e tomar a terra de volta. E lhe dar a destinação social que sempre quis dar. A “posse” de Nahas ficará com um ponto de interragação em cima, apesar do apoio incondicional da (tucana) PM de São Paulo, confirmado pela Justiça de São Paulo.

Isso, se a União conseguiu reverter o resultado da Guerra da Secessão de 1932, que São Paulo, como se sabe, ganhou de forma indiscutível.

Em tempo: Protógenes traça um quadro revoltante do papel do Governo de São Paulo na ocupação. Os oficiais da PM diziam que desocupar era com eles. Para onde iam os moradores, isso era com a Prefeitura de São José dos Campos. E virem-se !

Mil e quinhentas famílias foram jogadas em Auschwitz, num campo de concentração, um parque de exposições, sem banheiro, camas …

Mas, a polícia neo-nazista da São Paulo, aquela que dá tiro em viciado em crack, conseguiu o queria. Prendeu 18 e entregou o terreno, “limpo” ao grande empresário Naji Nahas. (Que, como se sabe, ilustra a galeria dos que processam este ilustre blogueiro: diz-me quem te processa e dir-te-ei quem é.)

Completa Protógenes: isso para culminar a semana em que a Justiça de São Paulo devolveu a Daniel Dantas os bois que o corajoso Fausto de Sanctis confiscou na Satiagraha.

Viva o Brasil !

sábado, 14 de janeiro de 2012

O 'emendismo' parlamentar

A 1ª Consocial Cgu acontece este ano em Brasília. Antes, porém, em março, teremos a etapa estadual. A conferência nacional busca levantar propostas de prevenção e combate à corrupção. 
As etapas municipais que se desenvolveram em 2011 e seguem neste início de 2012 têm no 'fim das emendas parlamentares' uma unanimidade. Praticamente todo o país entende que as emendas parlamentares são a raiz da corrupção no Brasil. Isso acontece por que o modelo representativo foi desvirtuado com o tempo. 
As emendas parlamentares são a prova cabal da falta de planejamento, do acerto, do 'jeitinho' brasileiro. 
O Deputado Federal brasileiro, via de regra, é 'federal' apenas no nome. A grande maioria são despachantes de prefeituras de seus esquemas eleitorais. A função de representar a nação foi apagada em razão da prática das emendas.

Será que em Francisco Beltrão e região temos algum deputado FEDERAL mesmo???

domingo, 18 de dezembro de 2011

O legado dos EUA no Iraque


Por Eduardo Febbro, correspondente em Paris do sítio Carta Maior:

Passaram-se oito anos. Como pedras impiedosas que semearam a morte. Como aquelas horrendas imagens que surgiam à beira das estradas no caminho em direção a Bagdá. Fumaça, destruição, cadáveres e silêncio. Parece ontem. O cruzamento de estradas assinalava duas direções: Basra ou Bagdá. Através da estrada até Bagdá, as sucessivas batalhas da ofensiva emergiam como cogumelos despedaçados: ônibus bombardeados, veículos calcinados, tanques arrebentados e crateras imensas cavadas pelos mísseis. Os tanques iraquianos dispostos em fila à beira da estrada pareciam latas de sardinha queimadas. Frente a eles, os tanques Abrams norteamericanos tinham o aspecto de mastodontes invencíveis. "Quando começamos a avançar por esse trajeto, os soldados iraquianos saíam dos tanques para nos pedir água e comida", contava com lástima um oficial norte-americano.



Os primeiros grandes subúrbios de casas baixas pareciam emergir de um pesadelo. As casas e as lojas tinham virado trincheiras e havia centenas de pessoas caminhando pelas ruas, levando colchões, cadeiras, roupas, televisões, máquinas de lavar roupa, velhas máquinas de costura. Bagdá, ao longe, estava envolta em uma espessa nuvem de fumaça escura. Os poços e as trincheiras de petróleo seguiam ardendo. Saddam Hussein havia mandado incendiá-los para impedir que os satélites norteamericanos obtivessem imagens precisas do estado de Bagdá. Depois, a cidade aparecia finalmente. Ferida e assustada.

Em cima do capô de um automóvel que havia avançado sobre a calçada, um livro de capa azul exibia suas páginas milagrosamente intactas. Dentro do veículo, o corpo de um homem com o corpo tombado para a frente tinha a cabeça partida e parte do cérebro esparramado em cima do porta-luvas. Ninguém prestava atenção. A cem metros do automóvel, um grupo de homens tentava, em vão, derrubar uma imensa estátua de Saddam Hussein erguida no centro de uma rótula. Do outro lado, três mortos jaziam à margem da rua. Um grupo de cachorros sarnentos disputava a propriedade do corpo de um dos mortos : um menino de seis anos estava ali também, sem um sapato e sem a metade do rosto.

Saddam Hussein havia desaparecido. O exército ocupante se instalava em tendas nos territórios de sua nova conquista, ocupava os palácios de quem tinha sido seu aliado, se apoderava das ruas da cidade transformada e restaurada pelo ditador com a ajuda dos arquitetos enviados pelo Ocidente nos anos em que Saddam era um sócio confiável e ninguém se importava que ele afogasse seu povo em uma lagoa de sangue. O choque de civilizações acabava de se plasmar em sua versão mais violenta : a de um país milenar e reprimido, a de uma potência ocidental que havia enviado do céu uma chuva de democracia comprimida em cachos de bombas.

Há lugares cujo nome e os símbolos que evoca sobrevivem aos estragos do tempo e das guerras. Bagdá tinha esse dom. Horrível e mágica. Histórica e contemporânea. Ameaçadora e hospitaleira. As Mil e uma Noites, uma grande livro onde, a cada virada de página, havia muitos mortos. O soldado Higins tinha visto inúmeras fotos de Bagdá antes da invasão, mas nunca havia imaginado a cidade real que encontrou quando sua unidade entrou na capital depois do que qualificava como « um combate épico » contra um inimigo « inferior, mas disposto a tudo ». Higins dizia que, até sua chegada a Bagdá, não havia conhecido a morte e tampouco imaginado como seria. Agora já tinha se acostumado ela, mas o primeiro morto seguia fazendo companhia a ele em sua memória. « A primeira vez que matei um homem foi à noite. Fiquei com uma sensação estranha, irreal. Não posso esquecer.

Minha unidade encontrava-se na periferia de Bagdá. Fazíamos parte de uma patrulha avançada que estava por penetrar na capital desde o sul. Tínhamos recebido a ordem de consolidar a zona e seguir adiante. Seguimos as instruções e no início da madrugada começaram a nos atacar. Choviam tiros de metralhadoras e bazucas. Como não se via nada usamos os fuzis com visão noturna. O primeiro homem que apareceu na mira avançava por uma rua lateral, ocultando-se entre as portas. Era um alvo fácil. Deixei que avançasse. Apontei e disparei. Ele cai no chão e voltou a se levantar, cambaleante. Disparei mais duas vezes. Não posso dizer que nesse momento senti que o tinha matado. Com as miras de visão noturna tudo é visto de um modo distinto, como se fosse um jogo informático. A realidade é mais lenta e as coisas têm a forma de silueta ».

« Sei que está por aí, Saddam é eterno. Um império não pode com ele. Saddam vive até no silêncio », dizia o empregado de um hotel que havia desaparecido em um incêndio. A única coisa que estava ali, pulsando no meio da fumaça, era o futuro. O futuro já estava escrito nas múltiplas sequências da queda de bagdá na indolência e ignorância dos ocupantes. Essa ignorância brutal era a matéria prima da ação de Paul Bremer, o ineficiente e teimoso responsável pela CPA, a Autoridade Provisória da coalizão encarrehada de administrar o Iraque com estatuto de autoridade governamental.

A guerra começou em 19 de março de 2003. Cerca de três semanas mais tarde, Bagdá caiu nas mãos da coalizão. No dia 1° de maio de 2003, o presidente George W. Bush deu por encerrada essa fase com a expressão triunfalista « missão cumprida ». No dia 6 de maio, Bush nomeou Paul Bremer. O « vice-rei » Bremer chegou a Bagdá e abriu a caixa de Pandora com um projeto político, econômico e administrativo delirante : converter o Iraque em uma representação dos Estados Unidos no Oriente Médio : liberal, democrática, permissiva, um centro de negócios ao melhor estilo dos falcões da Casa Branca.

Ele não tinha a menor ideia do chão em que estava pisando. Sua primeira decisão consistiu em decretar a « desbaasificação » da sociedade iraquiana. Bremer pretendia sanear o sistema político com uma ordem inaplicável : fazer desaparecer o partido Baas e seus representantes em uma sociedade onde, para conseguir trabalho ou ser membro da administração pública, era obrigatório aderir ao Baas. Paul Bremer decretou a demissão de milhares de empregados e executivos da administração pública, dos organismos encarregados do petróleo, dos bancos, das universidades. Onze dias depois de ter assumido suas funções, Bremer assinou outro decreto enlouquecido : dissolveu o exército, a aviação, a marinha, o Ministério da Defesa, os serviços de inteligência. Seu frenesi ignorante chegou ao ponto de, em um país que saía de um prolongado embargo internacional, que estava em guerra, onde os hospitais estavam destruídos e faltava até algodão, lançar uma campanha contra o tabagismo e elaborar um projeto para distribuir rações alimentares com cartões de crédito.

Passaram-se oito anos e os Estados Unidos fecharam a porta do Iraque deixando um desastre atrás dela. Durante o conflito, morreram mais de 100 mil civis, 4.800 soldados da coalizão perderam a vida (4 .500 dos EUA), junto com 20 mil soldados iraquianos. « Depois de todo o sangue derramado, o objetivo de que o Iraque governe a si mesmo e seja capaz de garantir a segurança se cumpriu », disse o secretário de Defesa estadunidense, Leon Panetta. O legado da invasão é outro : morte, dezenas de milhares de mutilados, insegurança, desemprego, falta de água potável e eletricidade. A democracia exportada com bombas ultramodernas não mudou o curso das coisas. A queda do déspota permitiu que os xiitas, majoritários no país e reprimidos até a barárie por Saddam Hussein, tomasem as rédeas do poder sem que isso implicasse unidade ou estabilidade. O Iraque segue sendo um país em carne viva onde as feridas da ocupação não se fecharam.

Passaram-se oito anos e o espelho de ontem está intacto, a voz de Fatima ainda ressoa naquela cidade em chamas. As lágrimas brotavam de seus olhos e, ainda assim, era capaz de sorrir e chorar ao mesmo tempo. Um sorriso de anjo, de criança, o sorriso da desnudez de um despossuído. Fatima observava os militares norteamericanos com um incessante sinal de pergunta. Eles a tomavam por louca. Quando passava diante dos soldados, a mulher os saudava e perguntava : « por quê ? » Às vezes, davam-lhe comida, água e um pouco de dinheiro. Fátima aceitava, mais para se aproximar daqueles que tinham destroçado sua realidade do que por fome.

Ninguém entendia sua pergunta. Por trás de seu sorriso tenro e luminoso, a tristeza marcava seus traços. Fátima estava vencida. Enquanto contemplava as ruínas do que uma vez foi sua casa, a mulher voltava a perguntar « por quê ? ». Quando falava, uma careta infantil e piedosa se desenhava como um relâmpago.

Fátima tinha perdido tudo. Dias após dia, com um empenho obstinado, a mulher escavava os escombros do edifício familiar destruído por uma bomba, buscando os restos de seus pertences passados. Seu filhor menor a acompanhava sempre. Ia de um lado a outro de Bagdá apegado a ela como um animal indefeso. Fátima revolvia as entranhas de pedras destroçadas e retirava uma frigideira, um retrato intacto, um cachecol, um par de sapatos, alguma cadeira desconjuntada pela explosão, pedaços de recordações e bens devastados. O living, a sala de estar, a cozinha, o quarto, os espaços de sua intimidade estavam soterrados por toneladas de pedra e poeria.

Fátima mostrava o que havia sobrado de sua casa : um monte de ferro e cimento sobre o qual se superpunha seu eterno sorriso. Ela também tinha no olhar essa marca feita de solidão, de luz, de incompreensão, de pura intempérie : a marca da injustiça. A mulher dizia que, talvez, o futuro de seu filho não seria parecido com o seu, que talvez ele conheceria a liberdade, um trabalho decente e a democracia. Fátima se projetava no filho que restou porque seu presente era um lugar inabitável. Era escombros e a gaveta de uma cômoda miraculosamente intacta de onde tirava, assombrada e agradecida, duas fotos de seu marido e de sua filha morta, esmagada com seu pai nas ruínas, um par de meias e uma caixa de costura.

* Tradução de Katarina Peixoto.

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

SHOW CUBANO EM GUADALAJARA

A geração Castro deu mais um show nos jogos Panamericanos deste ano de 2011.

A ilha do caribe, do tamanho do Estado de Pernambuco, ficou em segundo lugar, atrás apenas dos Estados Unidos.

Como explicar? Como não reconhecer a eficiência de Cuba na implantação de políticas públicas relacionadas à formação de atletas de ponta nas modalidades esportivas que disputa?

Os críticos de plantão certamente dirão: - mas é só no esporte!.

Respondo: - Nosso IDH é menor que o dos cubanos.

A réplica trará, certamente, críticas sobre a liberdade e o controle exercido pelo Estado na vida das pessoas. Por fim, os críticos de plantão irão desconversar focando o embate em outras searas. Não é o meu caso. 

Reconheço e parabenizo a Geração Castro pelo sucesso obtido na competição. E como ex-atleta aguardo ansioso o desempenho da Geração Lula nas Olimpíadas de 2016, apostando que iremos finalmente ocupar o lugar que merecemos no Quadro de Medalhas das competições internacionais.

Por enquanto, só me resta admirar o eficiente trabalho desenvolvido em Cuba. Parabéns Comandante!

O CÂNCER E O CINISMO

Concordo em fazer a crítica ao SUS, que nasceu em 1988 e hoje é o maior sistema de saúde pública do mundo. 

Só acho desumano cobrar apenas do LULA (e cobrar caro, ou seja, sugerindo que ele arrisque a própria vida!), como se governos anteriores e a própria população não tivessem também a sua parcela de culpa...

Tenho em minha família uma pessoa que teve câncer tipo linfoma (igual ao da Presidenta Dilma). Essa pessoa fez TODO o tratamento pelo SUS. Está TOTALMENTE recuperada. Foi bem atendida no Hospital Regional de Chapecó/SC. 

O SUS tem problemas pontuais, como tem a educação (que é pública), a telefonia celular (que é privada), etc... O país é grande, é continental. Estamos avançando. 

Mas é DESUMANA a carga de cinismo que revelam os comentários sobre a doença de Lula. 

Força ao Lula, aos seus familiares e a todos que enfrentam a doença na rede pública ou privada....